Bartolomeu: os homens devem respeitar o planeta, dom de Deus, para o bem dos filhos
O patriarca ecumênico de Constantinopla, em Florença para o Doutorado honoris causa da Faculdade Teológica da Itália Central, explica que destruir a criação é uma ofensa a Deus: "É inconciliável com os princípios fundamentais da teologia cristã".
Da Vatican News, com colaboração de Nikos Tzoitis
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A crise pela qual o mundo está passando não é "principalmente ecológica", mas diz respeito essencialmente ao modo como o homem "percebe o mundo". O planeta é tratado de uma "maneira ímpia" porque não é visto como um dom do alto. Para a humanidade, no entanto, permanece a obrigação de respeitar o dom dado por Deus, "para o bem das gerações futuras".
A crise pela qual o mundo está passando não é "principalmente ecológica", mas diz respeito essencialmente ao modo como o homem "percebe o mundo". O planeta é tratado de uma "maneira ímpia" porque não é visto como um dom do alto. Para a humanidade, no entanto, permanece a obrigação de respeitar o dom dado por Deus, "para o bem das gerações futuras".
Bartolomeu I, patriarca ecumênico de Constantinopla, falando em Florença por ocasião da concessão de um doutorado honoris causa da Faculdade de Teologia da Itália Central, reitera como o Patriarcado ecumênico, com suas décadas de atenção e consciência da crise das mudanças climáticas, mostrou-se pioneiro no campo da proteção do planeta e de seus recursos. Uma ação também realizada ao promover a proteção ambiental como um "tema central e essencial do diálogo inter-religioso".
A luta para proteger a criação
O patriarca cita o exemplo de seu antecessor Demetrios que, já em 1989, "declarou o dia 1º de setembro como um dia de oração pela criação de Deus", seguido posteriormente por várias organizações ecumênicas e outras comunidades eclesiásticas, incluindo a Igreja Católica. Um compromisso, o do Patriarcado, que se origina da "autoconsciência eclesiológica" e não em resposta às modas do momento. Acreditamos", são as palavras de Bartolomeu, "que a própria vida da Igreja é uma ecologia aplicada.
A Igreja inteira e a vida de seus fiéis expressam e geram o mais profundo respeito pela Criação". Daí a necessidade da "luta para salvaguardar a Criação", definida pelo Patriarca como uma "dimensão vital e fundamental de nossa fé". A destruição da criação é uma ofensa a Deus e é "irreconciliável com os princípios fundamentais da teologia cristã".
Bartolomeu relembra aqui o importante teólogo João de Pérgamo e seu testemunho fundamental sobre a relação entre ecologia e teologia, onde ele argumentou sobre a crise ecológica como um problema espiritual e sobre o pecado ecológico como "ação errada em relação a outros seres humanos e às gerações futuras". A crise ecológica, explicou ainda Bartolomeu, "anda de mãos dadas com a injustiça social".
O metropolita John então tinha desenvolvido a "dimensão eucarística" do cuidado com a criação, onde o homem é chamado a servir "como sacerdote e ofertante, assim como o presbítero oferece o mundo a Deus em um ato de glorificação e ação de graças".
Teologia para um mundo livre de degradação
A conclusão de Bartolomeu é, portanto, reiterar que "os filhos têm direito a um mundo melhor e mais luminoso; um mundo livre de degradação, violência e derramamento de sangue; um mundo de generosidade e amor". E a teologia, é a indicação final, "pode contribuir e abrir o caminho para o futuro".
A conclusão de Bartolomeu é, portanto, reiterar que "os filhos têm direito a um mundo melhor e mais luminoso; um mundo livre de degradação, violência e derramamento de sangue; um mundo de generosidade e amor". E a teologia, é a indicação final, "pode contribuir e abrir o caminho para o futuro".
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